Terra ultrapassa 6 dos seus 9 limites planetários; veja quais - Fonte Ambiental
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Terra ultrapassa 6 dos seus 9 limites planetários; veja quais

O planeta está à beira de um ponto crítico. Um novo estudo conduzido por cientistas do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK) revelou que a Terra pode ter ultrapassado seis de nove limites planetários, o que coloca o futuro ambiental em risco. Segundo os pesquisadores, o aquecimento global é um dos principais responsáveis por esse cenário alarmante, e suas consequências são devastadoras: o aumento da temperatura global pode desencadear o colapso de ecossistemas e a intensificação de desastres climáticos extremos. O estudo detalha os processos fundamentais para o equilíbrio ambiental que já estão além dos níveis de segurança, acendendo um alerta urgente para a necessidade de ação imediata.

Passou dos limites

O estudo identificou seis processos essenciais que já ultrapassaram os limites planetários seguros. Os pesquisadores destacaram os seguintes:

1. Mudança Climática: Os níveis de CO2 atmosférico atingiram um patamar não visto há 15 milhões de anos, e o aquecimento global persiste em uma tendência de alta acelerada desde o final do século 20. As temperaturas médias globais estão agora mais elevadas do que em qualquer outro momento desde o surgimento das civilizações humanas.

2. Mudança na Integridade da Biosfera: A perda global de diversidade genética e de integridade funcional (medida pela energia disponível aos ecossistemas) ultrapassou níveis seguros, especialmente em regiões com uso intensivo de terras. Essa degradação ameaça a resiliência e a adaptabilidade da biosfera, prejudicando sua capacidade de mitigar outras pressões ambientais.

3. Mudança no Uso do Solo: O declínio global e regional das florestas, impulsionado tanto pelo uso da terra quanto pelas mudanças climáticas, tem sido constante nas últimas décadas. Regiões como a América tropical e temperada já ultrapassaram níveis seguros, colocando-as em zonas de alto risco.

4. Alteração no Ciclo da Água Doce: A variabilidade e instabilidade nos sistemas de água doce têm aumentado desde o final do século 19, com desvios significativos no fluxo de rios e na umidade do solo, superando limites seguros e ameaçando a estabilidade ambiental.

5. Modificação dos Fluxos Bioquímicos: O uso excessivo de fósforo e nitrogênio na agricultura ultrapassou os limites seguros, causando impactos ambientais graves, como poluição hídrica, eutrofização e zonas mortas em ecossistemas aquáticos.

6. Introdução de Novas Entidades: A introdução de substâncias artificiais, como produtos químicos sintéticos e plásticos, excedeu os limites seguros. Muitos desses materiais permanecem sem testes adequados para avaliar seus impactos ambientais, mas já causaram danos significativos, como a destruição da camada de ozônio e a contaminação de habitats naturais.

Esses processos já transgrediram os níveis de segurança, evidenciando que estamos em uma trajetória preocupante rumo a crises ambientais irreversíveis.

Batendo na porta

Além dos seis processos que já ultrapassaram os limites seguros, o processo de acidificação dos oceanos (7) está perto de ultrapassar um limite crítico, com declínios significativos na saturação de aragonita nas regiões de alta latitude, como o Ártico e o Oceano Antártico. Essas áreas são fundamentais para o ciclo global de nutrientes e a bomba de carbono marinha, que sustentam a produtividade, a biodiversidade marinha e as pescas globais. O aumento da acidificação ameaça ecossistemas marinhos, especialmente aqueles dependentes de carbonato de cálcio para a formação de conchas.

A caminho

Outros dois processos estão se aproximando de níveis críticos, embora ainda permaneçam dentro de um espaço operacional seguro:

8. Carga de Aerossóis na Atmosfera: A diferença na profundidade óptica dos aerossóis entre os hemisférios está diminuindo, sinalizando algum progresso em direção a níveis mais seguros, embora padrões regionais mostrem tendências opostas. Os aerossóis influenciam o balanço energético da Terra ao refletirem a luz solar de volta ao espaço e alterarem a formação de nuvens, afetando os sistemas climáticos globais e regionais, como a regulação da temperatura e os padrões de precipitação. O gerenciamento dos níveis de aerossóis é crucial para manter a estabilidade climática e evitar alterações que possam perturbar os ecossistemas e o clima.

9. Depleção da Camada de Ozônio Estratosférico: A recuperação da camada de ozônio estabilizou-se, com tendências mistas e desafios contínuos, como o buraco de ozônio na Antártida. A camada de ozônio estratosférico é vital para proteger a Terra da radiação ultravioleta (UV) excessiva. Essa proteção é essencial para a integridade dos sistemas biológicos, uma vez que a radiação UV pode prejudicar o fitoplâncton, desequilibrar ecossistemas marinhos e afetar o crescimento de plantas terrestres — elementos fundamentais para a teia alimentar global e o ciclo do carbono. A estabilização e restauração da camada de ozônio são cruciais para preservar esses processos interconectados do sistema terrestre.

Esses processos ainda estão dentro dos limites seguros, mas é necessário um controle rigoroso para evitar que ultrapassem esses limites e desencadeiem impactos irreversíveis no meio ambiente.

Veja o relatório completo clicando aqui, o relatório executivo aqui e acompanhe a saúde do planeta por aqui.

Fonte imagem de destaque: Frepik

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Contato

Rolar para cima