O Censo Demográfico de 2022 trouxe dados importantes sobre a destinação do lixo nos domicílios brasileiros. A pesquisa mostrou que 82,5% dos moradores contavam com coleta de lixo diretamente em casa por serviço de limpeza. Além disso, 8,4% dispunham de caçambas públicas, totalizando 90,9% da população com algum tipo de coleta, seja direta ou indireta. Apesar de um crescimento em relação a anos anteriores, 9,1% dos brasileiros ainda precisavam recorrer a soluções próprias para destinar seus resíduos, como queimar, enterrar ou descartar em áreas públicas.
Desigualdades regionais permanecem
Esse avanço na coleta de lixo representa um progresso em relação ao Censo de 2000, que registrou cobertura de 76,4%, e ao de 2010, com 85,8%. Contudo, as desigualdades regionais permanecem significativas. Na Região Norte, 78,5% da população tinha acesso à coleta de lixo, enquanto no Sudeste o percentual era de 96,9%. No Nordeste, a cobertura foi de 82,4%; no Centro-Oeste, de 93,1%; e no Sul, de 95,3%.
Maranhão cresce, mas continua na rabeira
A análise por estado revela contrastes ainda mais acentuados. São Paulo lidera a cobertura de coleta com 99% da população atendida, enquanto o Maranhão ficou na última posição, com 69,8%. Desde 2010, o Maranhão foi o estado que mais expandiu a cobertura, aumentando 16,3 pontos percentuais, mas ainda figura na última posição.
Contraste entre municípios pequenos e grandes
Nos municípios menores, com até 5 mil habitantes, apenas 78,9% dos moradores contavam com coleta de lixo, contrastando com os grandes centros urbanos, onde essa proporção chegava a 98,9%. Em particular, o Nordeste mostrou as maiores restrições de acesso: em municípios menores da região, apenas 68,3% das residências possuíam serviço de coleta de lixo. No total, 455 municípios brasileiros apresentaram taxas de cobertura abaixo de 50%, evidenciando os desafios para universalizar a coleta em regiões mais remotas e em localidades com baixa densidade populacional.
Fonte: IBGE
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Fonte Imagem de Destaque: Tânia Rêgo/Agência Brasil
